Futuro
Um novo passo rumo à inovação
HE-UFPel fecha parcerias com o Instituto Butantan e o Hospital Israelita Albert Einstein para iniciar estudos junto ao Centro de Pesquisas Clínicas
Carlos Queiroz -
Por Júlia Müller - [email protected]
(Estagiária sob supervisão de Débora Borba)
A partir do próximo ano, o Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) contará com estudos realizados no próprio Centro de Pesquisas Clínicas. A iniciativa já possui convênio com o Instituto Butantan e o Hospital Israelita Albert Einstein, parceiros para dar o pontapé inicial nos estudos. Com foco na interdisciplinaridade, as pesquisas vão abranger diversas especialidades existentes no HE, além de propor um novo meio de aprendizado aos alunos. A novidade atinge diretamente a população, que poderá ter acesso aos novos tratamentos e medicações.
Diferentemente das pesquisas científicas, os estudos clínicos intervêm diretamente nos participantes. A pesquisa científica marca presença, por exemplo, nos trabalhos de conclusão de curso, como lembra a chefe do Setor de Gestão de Pesquisa e Inovação Tecnológica do HE, Alessandra Notari. “É um forte da universidade”, conta.
Com o centro de pesquisas, os alunos de graduação e pós-graduação - residentes - terão mais uma oportunidade para aprender e desenvolver os conhecimentos. A ideia é abraçar as áreas interessadas, caracterizando o espaço como um local de pesquisa multidisciplinar. Oncologia, cardiologia e infectologia são alguns dos exemplos de áreas que poderão receber o apoio e o suporte para os projetos acontecerem dentro do hospital.
O Instituto Butantan, por exemplo, é o principal produtor de imunobiológicos do Brasil e já firmou parceria com o centro. A ideia é que os estudos ligados ao instituto se iniciem no próximo ano, em abril, de acordo com a infectologista responsável do Butantan, Danise Oliveira. “É a primeira (parceria), ao longo do tempo terão outras”, explicou. As pesquisas envolvem uma gama de pessoas, que vão desde os profissionais da área até os indivíduos voluntários que participam dos testes. Novas vacinas podem ser disponibilizadas, com a possibilidade de beneficiar os pacientes que utilizam a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mais qualificação
O Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, selecionou o Centro de Pesquisas do HE-UFPel para participar de um estudo multicentro, composto por outras unidades de pesquisas clínicas pertencentes a outras casas de saúde. O estudo reúne diversos hospitais do país, com um projeto de pesquisa que abrange a população brasileira. “É uma oportunidade de realizar um projeto de relevância nacional e internacional, possível por conta do Centro”, explicou a professora coordenadora do curso de Medicina da UFPel, Marina Bainy. A nova porta que se abre aos alunos e profissionais das especialidades existentes no HE vai qualificar a docência e o ensino da instituição, lembra a professora.
Outros pesquisadores da UFPel com propostas de pesquisa também podem receber o suporte do Centro, desde que passem pela análise do Comitê de Ética da instituição. O processo para o início das atividades foi longo, o que aumenta as expectativas da equipe envolvida. “Eu trabalho há 20 anos com pesquisa, é muito bom ver isso acontecendo”, destaca Alessandra. O Centro iniciou as atividades ainda em junho, e está vinculado à Gerência de Ensino e Pesquisa do Hospital-Escola. O espaço físico ficará no Bloco 3 da Oncologia do HE-UFPel, que ainda está em reforma e não possui previsão para o término das obras.
A participação da população é essencial para que os estudos sejam desenvolvidos. “Precisamos que a população pelotense ajude e esteja aberta a esse tipo de estudo”, salienta Danise. E as características dos pelotenses facilitam esse processo, ela vê os moradores como receptivos aos estudos clínicos. Um dos exemplos disso é a pesquisa do professor Cesar Victora, denominada Coorte de 1982, que acompanha, desde o momento do parto, todos os recém-nascidos de Pelotas daquele ano. As pesquisas clínicas são caracterizadas por esse acompanhamento e intervenção na vida dos pacientes (confira abaixo um quadro com as principais diferenças entre pesquisas clínicas e científicas).
Diferenças entre um estudo clínico e um científico
Clínico
►Intervenção no paciente - Acompanhamento que pode interferir na rotina e hábitos
►Recebe financiamento de institutos e empresas farmacêuticas
Científico
►Coleta dados
►Acompanha o paciente por observação
►Revisa casos já eaxistentes
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